terça-feira, 14 de abril de 2020

Eu e o meu companheiro violão

    Há exatos 41 anos começou a minha convivência com o violão. Ainda lá em Bagé, com 8 anos de idade, subia na minha bicicleta e ia pra aula de violão do Prof. Edemar Teixeira, meu primeiro professor. Confesso que naquele momento eu não tinha noção exata do que o violão iria significar pra mim no futuro pois guri não pensa nessas coisas e eu queria mesmo era aprender a tocar.
    Hoje, quando a experiência começa a ditar as regras e os pensamentos pra gente, reflito constantemente sobre o significado da minha convivência com o violão. 
    É certo que dele tiro o meu sustento pois desde quinze anos atrás que a minha família vem vivendo somente de música, em última análise, do meu violão.
     Mas eu quero falar aqui é da companhia diária mesmo.
     Eu toco violão todos os dias e o dia em que não toco me sinto muito desconfortável.
     Eu toco para estudar, para compor, para criar algum projeto musical, para ensaiar, para montar uma aula...
     Tudo isso. Mas, eu toco mesmo é pra ter prazer.
     O prazer de reproduzir uma música que sai diretamente do meu coração, vai pra ponta dos dedos e chega aos meus ouvidos ou de quem está me escutando.
     Eu toco pra cultivar esta relação de paixão que tenho pelo violão.
     Eu toco pra agradecer a companhia deste que, em todas as horas, está disponível ao meu lado pra me trazer acalanto pra alma.
      E nunca o violão foi tão meu parceiro quanto nestes dias de reclusão em casa. Por isso escrevo aqui esta reflexão e compartilho contigo.
     Talvez, tu que estejas lendo ai o meu texto também toque violão e sinta o mesmo que eu. Sinta que este que, a grosso modo é apenas um instrumento musical, para nós que o amamos e o entendemos é muito mais do que isso. É um companheiro inseparável.
      Desejo que a tua relação com o teu violão seja cada vez mais prazeirosa, mais saudável, mais íntima e mais emocionante.
          Grande abraço!, Marcello